NÚ PALCO
Texto, Interpretação e Espaço Cénico: Miguel Ponte
Sinopse: Imagine-se que o ator poderia falar com a sua plateia, enquanto representa. Que a sua consciência ganhava a liberdade para insultar a idosa que cochichou ao marido, o jovem que não para quieto na terceira fila, ou o Sr. Dr. que não pode largar o telemóvel mais que cinco minutos. Não se esforce, pois, o espetáculo “Nú Palco” já tratou disso. E terá um lugar especial reservado para assistir a esta peça: a cabeça do ator. Honesto, crítico e cómico, este espetáculo dá a oportunidade à plateia de assistir ao outro lado do Teatro, ao lado de dentro. É um acerto de contas, um desabafo e, ao mesmo tempo, uma confidência. Depois disto, nunca mais verá Teatro da mesma forma. É uma promessa.
UMA MULHER À JANELA OU A CARTA DA CORCUNDA AO SERRALHEIRO
Texto: “A carta da Corcunda ao Serralheiro” de Maria José, pseudónimo de Fernando Pessoa
Encenação e Interpretação: Ilda Teixeira
Sinopse: Maria José vive à janela da casa amarela como se fosse um retrato cujo corpo conhecemos apenas pela metade, como se fosse as linhas de uma pintura num quadro que permanece ali de manhã quando vamos para o trabalho e à noite quando regressamos a casa. Não imaginamos sequer que idade tem e que vida terá, se tem filhos, marido ou família, se é bem ou mal-amada. Ela, no entanto, de tanto observar conhece o ritmo da rua, conhece as pessoas e as suas rotinas, advinha as suas histórias, os seus humores, as suas paixões. E tanto olha, tanto observa que um dia se apaixona, à distância, pelo homem que tem uma oficina mesmo diante da sua janela, um tal de Sr. António, a quem ela escreve: “.... Ainda me lembro daquele dia que o senhor passou aqui ao domingo com o fato azul claro. Não era azul claro, mas era uma sarja muito clara para o azul escuro que costuma ser. O senhor ia que parecia o próprio dia que estava lindo e eu nunca tive tanta inveja de toda a gente como nesse dia...”
GUARDA-CHUVAS DE CHOCOLATE
Texto, Encenação e Espaço Cénico: Paulo Morgado e Ruy Malheiro (a partir de crónicas de Lobo Antunes)
Interpretação: Ruy Malheiro
Sinopse: António, consciente da proximidade do fim do seu tempo, reflete sobre o que restou: a derradeira solidão recheada de memórias de uma vida passada. Como quem visita um álbum fotográfico repleto de cores, texturas e aromas de outros tempos, partilha com o espetador essas memórias com que dá corpo à sua história e o que ficou do seu pequeno mundo... memórias que são também as de um Portugal recente, comum a todos nós! Uma viagem no tempo que nos resta através do tempo que já vivemos...